quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Futebolista da OAB reza contra o “traga a vasilha” imposto pelo Tribunal

Publicado em 06.jul.17

Foi o grito dos sorveteiros que levou um grupo de maracatu do Recife, que agita as sextas-feiras, a se intitular “Traga a Vasilha”. Por coincidência, na última sexta-feira (30/6) a Presidência do TJ/MA proibiu a compra “de copos descartáveis de água e café”, enquanto “medidas de contenção de despesas e de zelo com o meio ambiente”.

O impacto recai sobre os advogados, pois os membros do Ministério Público e da Defensoria circulam livremente nas secretarias judiciais, onde postos os bebedouros dos servidores e os copos personalizados. Nas sessões da Corte, o Procurador de Justiça é servido como os desembargadores, mas um copo d’água só é servido ao advogado que ocupa a tribuna.

O que Thiago Diaz fez? Pegou sua vasilha de água e foi jogar bola no Sesi do Araçagy, pois sábado (1º/7) teve início o VIII Campeonato de Futebol dos Advogados. No domingo (2/7) foi à missa, possivelmente para destinar parte das quatro toneladas de alimentos, arrecadados por ocasião do Arraial Solidário, a um dos programas assistenciais da Igreja.

O Clube Social dos Advogados não foi palco de evento esportivo ou cultural até o momento, embora o combate a subutilização daquele esteja como promessa de campanha, e a harmonia entre a OAB e a CAAMA seja evidente. A vã cobrança de cumprimento de palavra ou respeito à assinatura... 

O Portal da Transparência vai informar as entidades e as quantidades entregues a cada uma, afinal de contas os advogados compraram os ingressos do Arraial por dois quilos de alimentos. Como o lema é “A Casa de Todos”, aparecerão nomes ligados ao catolicismo, maçonaria, adventistas, batistas, umbandistas etc, de modo a apagar a ideia de predileção do presidente por uma religião ou instituição, em detrimento das outras.

Na segunda-feira (3/7), a localização da cadeira que Thiago ocupou na Cerimônia de Posse dos Novos Procuradores do Estado ilustra a pequenez de representatividade que ele imprime a OAB. Graças a Deus ele não caiu do tablado e não amargamos outro vexame.

Assisti a entrevista de quarta-feira (5/7), na esperança de saber o que o futebolista religioso fizera a respeito do “traga a vasilha” imposto pelo TJ/MA. Depois agradeci a Deus a omissão, porque a inabilidade política dele poderia agravar a crise institucional existente.

Rezar e tomar sorvete... É o que nos resta até a próxima quinta-feira.

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