quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Sobre (falta de) coerência

Publicado em 10.jun.17

A palavra "coerência" uniu os ministros Herman Benjamin e Gilmar Mendes. A abundância no voto do primeiro contrastava com a ausência no voto do segundo, ambos proferidos acerca da cassação da chapa Dilma-Temer.

O Conselho Federal da OAB, em lugar de sair em defesa dos juristas que compõem o TSE, preferiu criticar o veredito da Corte. Hoje: há diferença entre a OAB e um partido político?

O MPF ignorou a intempestividade da arguição de suspeição e acudiu Nicolao Dino. Preferiu a coerência institucional à jurídica, sem olvidar a continuidade da campanha por simpatia popular.

O sepultamento político de Aécio Neves decorre da incoerência entre o discurso outrora bradado, e os achados das investigações em curso.

Thiago Diaz, ungido sob a promessa de que não sairia à reeleição, hoje a cogita. Indagado pessoalmente na última sexta-feira (9.jun), o presidente não descartou a possibilidade. É triste ver um jovem repetir prática política antiga.

Historicamente avesso à reeleição, fazendo oposição aberta às de Caldas Góis e Mário Macieira, preciso renunciar à presidência de uma comissão confiada. Só pode exigir coerência quem a pratica, inclusive em relação à própria classe.
Espero que a ideia de recondução se dissipe e não precise engrossar as fileiras oposicionistas.

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